
A razão e o dever
As reclamações a respeito de dificuldades são
comuns entre os homens.
De forma aberta ou velada,
incontáveis pessoas dão a entender que se consideram injustiçadas pela
vida.
Reputam merecer mais do que
têm.
Desejariam ter esposas ou esposos
mais compreensivos.
Gostariam que seus filhos fossem
mais estudiosos e comportados.
Apreciariam dispor de mais salário e
menos trabalho.
Reclamam das agruras da
profissão.
Consideram qualquer dificuldade,
física ou moral, sumamente injusta.
Doenças são uma catástrofe
imerecida, problemas financeiros representam um desastre
iníquo.
É comum ouvir-se alguém falar do
desejo de jogar tudo para o ar e sumir.
Como bem poucos o fazem, tem-se aí
um certo sinal de maturidade.
Entretanto, a real maturidade se
revelaria ao assumirmos a própria realidade, tal qual se apresenta, sem
reclamações.
A Lei Divina é perfeita e cuida de
todos.
No mundo há homens injustos, mas não
injustiçados.
Sempre se tem, em qualquer drama, um
processo de retificação e aperfeiçoamento.
O dever mais elementar entre os
homens reside na fraternidade.
Eles se devem amparar
mutuamente.
Contudo, vítimas injustiçadas a
rigor não existem no mundo.
Nas situações mais dolorosas, há uma
matriz no passado, a clamar por correção.
A vida é inegostável, ninguém jamais
dela escapa ou consegue burlar suas regras de
equilíbrio.
Assim, importa prestar muita atenção
nos próprios deveres.
A razão se ilumina pela reflexão a
respeito da Justiça e da Bondade Divinas.
Sendo Deus sumamente justo e bom dá
a Seus filhos o que merecem e precisam.
E também manifesta por eles grande
desvelo, na figura de moratórias e oportunidades de utilização do bem para
retificar o mal.
* * *
Com sua razão esclarecida por essas
reflexões, procure encarar seus deveres de modo
positivo.
O trabalho não é um castigo, mas uma
forma de ser útil ao progresso coletivo.
Não busque folgas demais, para não
gastar mal o precioso tempo que a Misericórdia Divina lhe
facultou.
Veja nos irmãos de trato difícil seus credores
de erros do pretérito.
Agora, mais digno e maduro, você tem
condições de amparar, compreender e perdoar.
Seu exemplo de conduta digna pode
ser um farol nas existências dos que o rodeiam.
Identifique em cada crise uma chance
de se superar.
Se a vida lhe exige certos tributos,
você pode e deve dá-los.
Submeta-se aos desígnios superiores e faça o seu
melhor.
O dever bem cumprido é o seu
passaporte para a felicidade.
Pense
nisso.
Fonte: Andrea Campos.