
Imagine a solução definitiva da criptografia: você poder responder a uma pergunta sem saber a própria pergunta.
De
forma mais simples, suponha que alguém pense em dois números e, em
seguida, peça a outra pessoa para somar ou multiplicar os dois, sem que
essa pessoa saiba quais são os dois números.
Isso
já é possível desde que a pessoa receba um código criptografado dos
dois números – mesmo não conhecendo a senha para decifrá-los.
A técnica tornará possível, por
exemplo, que uma empresa envie seus dados criptografados para
processamento em um computador de terceiros, sem correr o risco de que
seus dados sejam lidos.
Computação em dados criptografados
O
último passo para transformar essa possibilidade técnica em uma
realidade prática foi dado por Nigel Smart, da Universidade de Bristol,
no Reino Unido, e Frederik Vercauteren, da Universidade Católica de
Leuven, na Bélgica.
Os dois pesquisadores acabam de
dar um passo importante rumo a um sistema totalmente prático que
permita computar dados criptografados sem precisar decifrá-los.
“Nosso sistema permite que os cálculos sejam executados em dados criptografados, o que poderá permitir a criação de sistemas nos quais você armazena os dados remotamente de uma forma segura e ainda é capaz de acessá-los,” diz Smart.
“Nosso sistema permite que os cálculos sejam executados em dados criptografados, o que poderá permitir a criação de sistemas nos quais você armazena os dados remotamente de uma forma segura e ainda é capaz de acessá-los,” diz Smart.
Segundo o pesquisador, quando
totalmente desenvolvido, o trabalho terá um impacto muito abrangente,
em áreas tão diversas como o acesso a banco de dados, leilões
eletrônicos e até urnas eletrônicas.
Um sistema assim será ideal também para acessar prontuários médicos durante pesquisas científicas. Os pesquisadores poderão executar cálculos estatísticos sobre ocorrências de enfermidades sem a necessidade de revelar informações sobre os pacientes individuais.
Um sistema assim será ideal também para acessar prontuários médicos durante pesquisas científicas. Os pesquisadores poderão executar cálculos estatísticos sobre ocorrências de enfermidades sem a necessidade de revelar informações sobre os pacientes individuais.
Criptografia homomórfica
Em
outro exemplo, imagine uma pessoa que está participando de um leilão
online, mas não quer o leiloeiro saiba sua oferta para não incentivar
lances mais altos.
Lances criptografados poderão
ser enviados para o leiloeiro e, em seguida, usando um esquema
totalmente homomórfico, o leiloeiro poderá saber quem ganhou e qual foi
a proposta vencedora mesmo sem conhecer os demais lances.
Por
quase 30 anos esse tem sido o sonho da criptografia: chegar a um
esquema que permita “somar” e “multiplicar” mensagens cifradas – o
chamado esquema totalmente homomórfico.
Tão logo seja possível somar e multiplicar, torna-se possível realizar qualquer outra função.
Ao longo dos anos, foram
propostos vários esquemas de criptografia nesse caminho, que possuem as
operações de soma ou de multiplicação, mas nunca as duas.
Operações em textos cifrados
Em 2009, Craig Gentry, então na Universidade de Stanford e ligado à IBM, sugeriu o primeiro esquema capaz de tanto somar quanto multiplicar mensagens cifradas.
Contudo, embora seja uma descoberta teórica surpreendente, o sistema de Gentry não é prático. Agora, Smart e Vercauteren descobriram uma maneira de simplificar o sistema de Gentry, tornando-o um pouco mais prático.
Embora ainda não seja eficiente o
suficiente para ser usado no dia-a-dia, a realização é um passo
importante nesse sentido, mostrando que a criptografia homomórfica é
bem mais do que uma curiosidade técnica.
Bibliografia:
Fully Homomorphic Encryption with Relatively Small Key and Ciphertext Sizes
http://www.info.unicaen.fr/M2-AMI/articles-2009-2010/smart.pdf
Site Inovação Tecnologica
http://www.inovacaotecnologica.com.br
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