Celular do Facebook será dor de cabeça para Zuckerberg, dizem analistas
A tecnologia móvel terá um importante papel para o Facebook no momento em que a empresa procura por novos meios de obter receita, entretanto, construir seu próprio dispositivo não faz tanto sentido, já que a competitividade no mercado de smartphones continua muito acirrada, de acordo com analistas.
Os usuários móveis já representam uma fatia considerável do tráfego do Facebook: em março, a rede social tinha 901 milhões de usuários ativos, e 488 milhões destes utilizavam seus produtos móveis. No mês seguinte, esse número ultrapassou os 500 milhões. Para aumentar sua fortuna, o site estaria planejando lançar seu próprio smartphone em 2013, e até teria contratado antigos engenheiros da Apple para fazerem parte do projeto, de acordo com uma reportagem do New York Times.
“É questionável se o Facebook precisa fabricar seu próprio hardware. O Google precisou estender a pesquisa através de dispositivos móveis com o Android, enquanto que a rede social já possui um engajamento muito maior na mundo móvel”, ponderou Geoff Blader, pesquisador de softwares de dispositivos móveis na CCS Insight.
Blaber não é o único analista que questiona a entrada do Facebook em hardware. “Não vejo uma demanda por um celular exclusivo do Facebook, pela simples razão de que a rede já está em todos os aparelhos”, apontou Francisco Jeronimo, gerente de pesquisas do IDC.
Observando os custos e recursos necessários para desenvolver smartphones, é dificil enxergar como esses fatores funcionarão a favor do Facebook, principalmente da forma como o mercado atual de celulares se encontra. “É muito complicado começar a desenvolver aparelhos porque seus ciclos de vida são muito curtos, principalmente com sistema operacional Android. Existe uma pressão enorme, e é preciso assegurar que cada novo modelo será competitivo. Não há descanso”. alertou Blaber.
Além disso, ao fabricar seu próprio dispositivo, o Facebook também correr o risco de alienar outros fabricantes, de acordo com Roberta Cozza, analista da Gartner – lembrando que a companhia já trabalhou com empresas como a HTC para desenvolver celulares com uma integração mais profunda com o Facebook, até com um botão dedicado ao site – entretanto eles nunca vingaram.
Uma rota alternativa para aumentar a presença entre os celulares é investir no desenvolvimento do HTML5, área em que o Facebook está muito presente. A visão para o HTML5 é que as aplicações possam ser desenvolvidas para rodar em um navegador ao invés de diretamente em um smartphone, e sejam compatíveis com todos os dispositivos. Mudanças na web feitas pelo Facebook poderiam afetar mais usuários do que se estivesse restritas apenas àqueles de seu celular. Os próprios rumores a respeito do interesse da rede social em comprar o navegador Opera com o dinheiro do IPO mostram que isso ajudaria o site a reforçar seus avanços na web. “Há um argumento muito forte de que o Facebook dividiria águas utilizando e investindo no HTML5 em vez de criar seu próprio hardware” concluiu Blaber.
Nenhum comentário:
Postar um comentário