Virtualização como serviço: o foco das operadoras
No mercado aquecido, eles medem forças para arrebatar a soberania no segmento. O poder da tecnologia saiu da caixa e alcançou a nuvem.
A infraestrutura como serviço (IaaS) cresce e atrai até os mais fiéis defensores de que ela deve ficar dentro de casa. Não por acaso, a estimativa para a sua movimentação na modalidade pública no Brasil, até 2014, segundo a consultoria IDC, é de 1 bilhão de reais, com expansão média, ano a ano, de 64%.
O instituto de pesquisas Gartner também faz avaliação otimista para o mesmo período. Projeta receita de 10,5 bilhões de dólares em todo o mundo. Tudo isso, porque tornou-se bastante atraente o consumo e o pagamento de tecnologia sob demanda. O poder de computação, de fato, saiu da caixa e alcançou a nuvem. E no variado leque de serviços figura a virtualização, uma das estrelas do momento, a esteira para cloud e um dos principais aditivos para a segurança e o gerenciamento no universo móvel.
Fornecedoras de data center, como não poderia deixar de ser, estão nessa briga. Mas a novidade é a entrada das teles nesse território arenoso, considerando ser domínio tradicional do segmento de Tecnologia da Informação (TI).
O instituto de pesquisas Gartner também faz avaliação otimista para o mesmo período. Projeta receita de 10,5 bilhões de dólares em todo o mundo. Tudo isso, porque tornou-se bastante atraente o consumo e o pagamento de tecnologia sob demanda. O poder de computação, de fato, saiu da caixa e alcançou a nuvem. E no variado leque de serviços figura a virtualização, uma das estrelas do momento, a esteira para cloud e um dos principais aditivos para a segurança e o gerenciamento no universo móvel.
Fornecedoras de data center, como não poderia deixar de ser, estão nessa briga. Mas a novidade é a entrada das teles nesse território arenoso, considerando ser domínio tradicional do segmento de Tecnologia da Informação (TI).
A falta de tradição, no entanto, não significa, necessariamente, uma fragilidade, avaliam consultores do setor. Eles afirmam que as operadoras já deveriam ter investido há mais tempo e fortemente no segmento, visto que têm tudo nas mãos: clientes, infraestrutura, link de acesso e modelo de tarifação sob demanda no DNA.
O momento é de afiar estratégias e as quatro primeiras do ranking de telefonia celular do País estão no aquecimento. Mas a Oi saiu à frente, com o lançamento do serviço Oi Smart Cloud, voltado ao mercado corporativo.
A virtualização é velha conhecida da operadora, usuária da tecnologia desde 2005. Hoje, possui mais de 2 mil servidores virtualizados em operação, somente para suprir a demanda interna. E agora acaba de construir o que chama de portal de orquestração.
De acordo com o diretor de Marketing do Corporativo da Oi, Ronaldo Motta, trata-se de uma interface que poderá ser acessada pelo cliente via internet e que o levará ao portal. Nele, será possível contratar recursos, configurar máquinas, desconfigurar, aumentar o nível de processamento, ampliar a capacidade de memória e o volume do disco, criar redes internas que conectam diferentes máquinas, entre outros procedimentos.
Um dos principais diferenciais da oferta da Oi, segundo o executivo, é o fato de justo por ser uma operadora, poderá acenar com uma solução fim a fim. “Um fornecedor de TI não tem essa facilidade, porque não possui capacidade de oferecer link de acesso, como nós. Oferecemos acesso integrado com cloud”, diz, acrescentando que por essa razão, configura-se como um serviço de muito maior valor adicionado, visto que consegue amarrar toda a cadeia de negócios. “É essa atração que estamos apresentando ao mercado corporativo.”
Soma-se a esse trunfo, a bagagem de saber lidar muito bem com a tarifação por uso. “Processamos cerca de 5 bilhões de chamadas telefônicas todos os meses, que geram a emissão de 20 milhões de faturas mensais aos clientes. Vamos usar essa experiência na cobrança em cloud”, avisa.
Motta destaca que o cliente é quem sairá ganhando com essa habilidade. “Um deles perguntou-me se contratasse um serviço e usasse apenas por alguns dias, se teria de pagar por todo o mês”, conta. “E respondi: se você usar sete dias, 13 horas, 15 minutos e dois segundos, será cobrado exatamente por isso.”
Essa flexibilidade vai atrair pequenas e médias empresas (PMEs), na avaliação de Motta, pois poderá contratar máquinas virtuais em momentos de pico no negócio, por um ou mais dias, e depois interromper o serviço. “Mas para as grandes corporações também tem sido alvo de significativa aceitação. Especialmente para eliminar dimensionamentos inadequados de recursos de TI para treinamento e desenvolvimento.”
Em relação à concorrência, o executivo lança uma farpa. “Vale ressaltar que a nossa infraestrutura está toda baseada em território nacional. Isso é muito importante, pois o governo tem-se preocupado em garantir que as informações de soberania nacional não estejam ameaçadas e, portanto, com conteúdo, ou recurso, hospedado no Brasil.”
O suporte da operadora também é prestado por um time local, segundo Motta, conferindo, em sua opinião, facilidade importante para o cliente. “Além disso, oferecemos como parte do projeto o desenho da solução, inventariado, entre outros. Vender é a parte fácil, difícil é oferecer suporte, e qualificado. Vamos investir muito nesse diferencial.”
Mas apesar de toda essa preparação, Motta diz que é necessário muito cuidado e toda a atenção é pouca com o mercado de TI. “Temos de proporcionar ao cliente muito valor no serviço”, afirma. Para isso, revela ter fechado parcerias com fornecedores líderes de TI.
“Não posso citar nomes ainda, mas garanto que estamos com os melhores”, diz o executivo, para quem a Portugal Telecom, muito além de acionista da companhia, foi parceiro vital no desenvolvimento da plataforma de orquestração, considerada o coração da oferta de cloud da Oi.
A Telefônica|Vivo também fortalece a participação nesse mercado com a comercialização, em abril, no Brasil de serviços de infraestrutura de TI na nuvem, em parceria com a Cisco e a Virtual Computing Environment (VCE). Batizada de Vivo Cloud Plus, a oferta é voltada para o mercado corporativo e inclui armazenamento, processamento, backup entre outros. A operadora vai oferecer o serviço por meio de cinco data centers espalhados na América Latina, localizados no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru.
No Brasil, a Telefônica|Vivo estima que os serviços na nuvem devam responder por um terço do crescimento de serviços de TI em 2012. Na América Latina, o segmento atende mais de 2 mil empresas e das mil maiores companhias, 30% já utilizam as soluções de TI e conectividade da Telefônica|Vivo. A TIM informou que no momento “estrutura estratégias de negócios para iniciar a oferta de produtos baseada em cloud, tanto para o mercado corporativo quanto para o consumidor, a exemplo do que já pratica a Telecom Itália, controladora da operadora”. A briga promete.
Arena da TI
Os fornecedores de data center já estão há muito na estrada do fornecimento de serviços de TI e são fortes concorrentes das operadoras que ingressaram com seus pacotes na nuvem. Desde a modalidade em que a oferta não é contratada diretamente na nuvem pública e mesmo nela, o fato é que estão reforçando suas atuações, remodelando pacotes e até partindo para o que estão chamando de segunda geração de computação em nuvem.
É o caso da Hostlocation, que iniciou os trabalhos na nuvem em 2008, lançando o primeiro produto em 2009, e batizou a plataforma de Cloud 1.0. Agora, a webhosting entra nessa disputa com a Cloud 2.0, que traz uma oferta destinada a profissionais e empresas de todos os portes, com sistema que oferece autonomia ao usuário e operações via iPhone, proporcionando facilidade e velocidade para ativar novas máquinas virtuais.
De acordo com Marcelo Safatle, diretor-executivo da Hostlocation, a plataforma é resultado de dois anos de pesquisa junto à base de clientes corporativos e elevou o patamar de disponibilidade. “O sistema permite criar servidor em menos de cinco minutos”, garante o executivo. “O serviço entrega ao usuário o controle total de sua estrutura e ainda oferece mobilidade”, diz.
Ele destaca que o grande desafio nessa nova geração da nuvem foi construir um ambiente que proporcionasse maior poder de gestão ao cliente e com a menor latência possível. E aponta como vantagem ter apoiado a estrutura totalmente na plataforma Xen, open source.
“Assim, não temos custos altos, gerados com produtos de empresas de software de virtualização e podemos trabalhar com preços mais competitivos”, diz, acrescentando que o parque de servidores é fruto da parceria com a Dell e para a parte de mobilidade, o acordo é com a norte-americana OnApp.”
Segundo Safatle, no novo modelo, os serviços passam a ser comercializados em pacotes, com preços que variam de 69 reais a 749 reais.
“Meu cliente paga em reais. Na Amazon, ele paga em dólar”, dispara o executivo. “Além disso, oferecemos suporte nativo, em português. Brasileiros falam com brasileiros”, espeta.
Outra atração é que a empresa levou para o iPhone recursos como auditoria, criação de servidores, reboot, agendamento de backups e monitoramento de banda. “Se o cliente estiver na rua ou no aeroporto, do próprio iPhone ele tem total controle da estrutura. Cria e já libera para uso uma máquina virtual de grande porte”, diz Safatle.
Essa facilidade de criar e comprar máquinas virtuais está apoiada em uma estratégia de interface amigável, segundo Safatle. Ele diz que todos os procedimentos para ajudar o usuário estão disponíveis em tutoriais em português. “Um passo a passo muito simples que atende a partir de usuários e nível médio em informática.”
Safatle diz que o cliente poderá criar uma máquina em menos de cinco minutos. “Com alguns cliques e sem depender do suporte do data center, o usuário pode, por exemplo, decidir mudar totalmente a estrutura, como reinstalar o sistema operacional, recriar as máquinas, fazer backup de tudo ou voltar para a configuração anterior.”
A Locaweb também partiu para a segunda geração de cloud para entrar nesse campo. Em 2008, a empresa oferecia a facilidade de criar máquinas virtuais na nuvem pública. “Quando começamos, os clientes ainda eram raros. Não havia muito entendimento sobre o serviço”, lembra Gilberto Mautner, presidente da Locaweb. “Nessa época, oferecíamos apenas servidores virtualizados e a plataforma era baseada em VMware.”
No segundo semestre de 2010, a Locaweb relançou serviços de cloud com tecnologia 100% nova. Partiram para o open source Xen para virtualização, com atuação da Citrix. “Isso nos possibilitou trabalhar com pacotes de máquinas virtuais a custos menores. Essa segunda geração também proporcionou acesso dos usuários a recursos computacionais que vão além do que seria possível em servidores físicos”, pontua.
Hoje, o cliente pode, na nuvem, configurar firewall, trafegar dados de maneira segura entre máquinas virtuais, replicar máquinas idênticas com rapidez e facilidade, de acordo com Mautner.
O executivo revela que a venda de servidores virtuais na nuvem já supera o volume gerado pelas vendas de servidores físicos. “A Locaweb tem hoje mais de 5 mil clientes de cloud e o crescimento é galopante. São mais de 500 novos por mês.”
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