Fonte site Pensamento Livre
Acredito que a educação financeira deveria vir de berço e dar
sequência na escola. Filhos criados com pais empreendedores têm a
possibilidades maiores de crescerem no meio de um empreendimento e
consequentemente amadurecerem o conhecimento prático para lidar com o
dinheiro.
Imaginem quanta gente estaria livre de dívidas hoje se tivesse na
escola uma matéria exclusiva de educação financeira. Geralmente, não
estudamos isso, pois poucas escolas trazem esse item nas ementas do
Ensino Fundamental e Médio, enquanto outras não fornecem esse
conhecimento.
Um país onde é alto o índice de corrupção e ensino normalmente de
baixa qualidade, destacando às vezes desinteresse de alunos e
professores, produzem cada vez mais pessoas jovens endividadas.
Vimos pessoas perdidas, sem referência, desnorteadas quando recebe o
primeiro salário, não sabem o que fazer. Agem de maneira impensada e
precipitada. E do outro lado, o mercado agradece e favorece o sistema.
Os bancos orientam até certo ponto, porém, de alguma forma seduzem as
pessoas com a facilidade do dinheiro emprestado.
Mas isso não é regra geral, vamos dizer assim, que alguns bancos
preocupam com o uso consciente do crédito. Há bancos que trazem em seu
site links relacionados à Educação Financeira, que poderão colaborar em
instruir pessoas que já possuem recursos para investir, ou pensa em
gastar com consciência, com equilíbrio financeiro.
Mesmo assim, se fizermos um teste com alguém que financiou um veículo
ou um imóvel, fazendo a pergunta “qual a taxa contratada de juros ao
mês ou anual, se ele pagou as taxas TAC[1], TEC[1] no caso de veículos e quanto de IOF[2]”. A resposta em muitos casos: Não sei, só sei o valor da prestação.
Isso ocorre com frequência, porque as pessoas não questionam a respeito
de taxas nominais e reais, elas preocupam em adquirir o bem a qualquer
custo. É normal ver casos de clientes que adquirem veículos e
posteriormente entram com pedido de revisão alegando que os juros são
altos. Infelizmente a conta que nós fazemos sem o conhecimento é baseada
no valor da mensalidade. A famosa mensalidade que cabe no seu bolso,
com todas aquelas taxas embutidas para cobrir os riscos dos bancos, por
exemplo, risco de crédito, risco de conjuntura e risco operacional e
risco de inadimplência.
Estabelecendo o controle
Para estabelecer um controle da sua saúde financeira, pode-se aplicar
uma tática semelhante ao “Firewall” do mundo da informática. Que é que
uma política de segurança/filtro de transição de dados de uma rede de
computadores. O Firewall determina quem entra e quem sai, quais portas
serão abertas para a movimentação de dados.
Inicialmente corta todos os gastos, fecha a torneira e começa a
liberar os gastos básicos checando as prioridades e necessidades.
Sobrou? Começa a investir de maneira inteligente. Ainda sobrou? Tenha
sua qualidade de vida e bem estar.
Planeje, defina seus objetivos financeiros, estabelece uma meta pessoal, filtre os gastos que serão ativos dos passivos.
Enumere tudo que movimenta sua conta corrente. Tenha um
relacionamento amigável com seu banco/gerente. Conheça as taxas que te
consome financeiramente, evite o máximo aumentar o limite do cheque
especial, o limite e juntamente com cartão de crédito são os maiores
vilões nos orçamentos. Coisa que geralmente os bancos não orientam e nós
podemos passar anos pagando e por esses motivos os bancos cada vez mais
lucrando alto.
Exemplo: Vamos supor que tem um financiamento de um veículo
em débito automático no valor de R$570,00 por mês e o seu limite da
conta corrente é de R$700,00 com a taxa de 8,93% a.m.[3]. Se
neste mês houve movimentação com o pagamento do carro e ainda gastou o
restante do limite… Fique tranquilo, no próximo mês será debitada em
conta corrente uma mora de encargos no valor aproximado de R$48,00.
Parabéns, aquela parcela do seu veículo novo que comprou porque o
mercado quase o obrigava você trocar seu carro usado para ter um 0 km,
de R$570,00 simplesmente passou a ser R$618,00. Tomara que isso não vire
uma rotina, pois, calculando em um ano daria exatamente uma parcela do
seu carro que você poderia pagar com esses juros.
Tudo bem! Agora como faço para fugir de tudo isso?
Em relação ao limite do cheque especial, se você movimenta muito
pouco, não usa cheques, e não tem necessidade de muitos benefícios, abra
uma conta digital, onde as movimentações são isentas de tarifas, desde
que seja utilizada por meios eletrônicos; (Internet, terminal de
auto-atendimento e celular). Apenas serão cobradas tarifas de transação
realizadas no atendimento pessoal, de acordo com as tabelas de tarifas
vigentes.
Se tiver uma movimentação avançada, tenha um ótimo relacionamento com
seu gerente, se tiver uma conta preferencial (conta intermediária),
solicite o limite mínimo do cheque especial para manter a conta dentro
das exigências do banco, para não cair nas contas do varejo. No varejo
você não teria muita conveniência, não seria interessante quando você
realmente precisar do seu banco e quem gosta de pegar filas
quilométricas e ser mal atendido?
Evite o caixa eletrônico, além de colocar em risco sua vida em
lugares expostos, o uso excessivo provoca as cobranças de tarifas. Use a
internet. Há, mas tenho receio de usar a internet! Em outra oportunidade falamos sobre a segurança da informação como jamais foi falado…
Mesmo assim use a internet, praticidade, comodidade, interatividade
são três palavras que justificam! Sem contar que você estará evitando
gastos…
Ao contratar um empréstimo para automóvel; o carnê seria uma boa
alternativa para não misturar a conta corrente com a cobrança da parcela
do veiculo. Fazendo isso, evita acontecer aquele efeito citado acima,
misturar o limite + mais prestação.
Voltando ao exemplo: Em um caso extremo, que a conta esteja
descoberta R$0,00 e o limite do cheque especial de 700,00 R$. Então você
estará com um saldo devedor de R$700,00 e quando debitar a cobrança do
veículo no valor de R$570,00, você terá um saldo negativo de R$1270,00.
Você pagará a mora diária de R$48,00 deste valor total e não apenas
referente do carro e ainda pagará uma taxa de adiantamento de
depositante[4] no valor de R$30,00. Em toda essa movimentação
você pagará aproximadamente R$80,00 de encargos financeiros, incluindo
taxas e juros. Em caso de atraso no carnê, a tarifação seria somente no
valor do veiculo.
Cartão de crédito – A solução é não ter. Use seu próprio dinheiro.
Mas se precisar, use com parcimônia, por exemplo, ter um cartão de
crédito no valor de R$1000, 00, para casos de extrema necessidade, se
possível deixe esse valor na conta e dê preferência ao cartão do
débito, estabelecendo uma política em que todo mês você deve manter este
valor como se tivesse pagando sua fatura do cartão de crédito. É se for
pensar bem, ele é apenas uma armadilha, você usa até cair na divida. Mas onde compensa ter um cartão de crédito? Quando
se é funcionário de banco onde a taxa de juros é de 2% a.a. e não tem
anuidade. Ou você quer comprar uma TV e o valor à vista é o mesmo
parcelado no cartão, você faz o cartão com apenas essa finalidade e
pague apenas as prestações da TV. Uma terceira alternativa seria
controlar bem seus custos fixos e conseguir pagar todos no cartão de
crédito. Outro ponto: não atrase e não parcele as faturas. Vale a pena
utilizar os programas de milhas áreas, que é o acúmulo de pontos para
trocar em passagens aéreas.
Uma boa notícia!
Os bancos federais anunciaram a redução das taxas de juros. Em uma
conversa com uma gerente pessoa física de um banco privado fui
informado que essa ação não pressionará os bancos privados abaixarem os
juros (por incrível que pareça). Na verdade o que determina mesmo essa
queda é a taxa selic[5]. Portanto logo vimos o resultado
dessa movimentação, os bancos privados também começaram a adotar tarifas
reduzidas. Recomendo que quem possa esperar mais um pouco para pegar
empréstimo, que aguarde.
Outra informação importante que a gerente pontuou, é que muitas
propagandas anunciam as baixas das taxas, mas não expões as
dificuldades. O banco anuncia o favorecimento do crédito consignado,
mas não coloca os requisitos para conseguir como: limitação de valores e
prestações, tempo de conta, histórico bancário, etc.
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