É
fácil conquistar amigos. Basta uma tarde tranquila em local aprazível,
na natureza, para se dispor à troca de gentilezas e a um bate papo
amistoso. Trocam-se endereços, números de telefones, marcam-se outros
encontros.
Programam-se idas ao teatro, um passeio mais demorado no final de semana com as crianças que, afinal, têm idades próximas.
É fácil iniciar novas amizades. Basta um pouco de gentileza e um sorriso, um aperto de mão, a quebra do gelo.
Todavia, manter as amizades é um grande desafio.
À
medida que passamos a nos conhecer melhor uns aos outros, começamos a
perceber defeitos, fragilidades de comportamento. Horas a mais ao lado e
descobrimos que o outro não é exatamente aquilo que dele pensamos no
primeiro momento, nos primeiros contatos.
E,
no entanto, os amigos são joias delicadas. Quanto mais velhos, mais
preciosos. Por vezes, substituímos os velhos por novos amigos.
Afinal, é comum os mais velhos se fazerem saudosistas e se tornarem cansativos.
Ser
gentil com os amigos idosos é questão de sabedoria porque, se a morte
não nos colher antes, também envelheceremos e seremos como eles.
Saudosos e desejando ardentemente não ficarmos sós.
Um amigo idoso é peça de alta tradição e deve ser conservado. Mesmo porque juntos enfrentamos tantas adversidades e percalços.
No
trato com os amigos, importante que não cedamos à tentação de retalhar a
vida alheia com o punhal da crítica contínua e da ironia, porque eles
pensarão que fazemos o mesmo em relação a eles, quando não estamos
juntos. E não deixam de ter razão.
Não sejamos pessimistas, semeando desesperança e aumentando ainda mais a dureza da vida dos nossos amigos.
Se for preciso falar a respeito do mal, não nos tornemos maus nos comentários.
Tornemo-nos um porto onde a alegria distribua consolação. Valorizemos o sorriso sem nos tornarmos artificiais.
Sejamos um campo onde as flores da esperança estejam presentes para espantar o desânimo e o desencanto dos nossos amigos.
Ninguém vive sem amigos. Eles são como anjos nos caminhos dos homens.
Mesmo
Jesus, o Mestre Divino, não deixou de ter amigos. Para o Seu ministério
destacou doze companheiros e lhes ensinou as lições mais profundas do
que Ele sabia e vinha de Deus.
Abandonado
à hora do martírio por eles, não deixou de aceitar o auxílio de um
Cireneu, que se fez amigo naquela hora, ajudando-O a carregar o peso do
madeiro.
À
hora dos sofrimentos mais intensos, na cruz, aceitou no ladrão que Lhe
pediu auxílio, o amigo retardatário que se candidatava ali mesmo, a
marchar com Ele, em busca do Reino de Deus.
* * *
Os amigos são abençoadas flores da fraternidade.
Alguns são discretos e exalam seu perfume nas horas caladas das noites sofridas.
Outros,
mais extrovertidos, deixam escapar o perfume das suas presenças nas
horas das alegrias e da descontração, nas tardes cheias de sol.
Uns
nos estendem as mãos e nos enxugam as lágrimas. Outros nos ofertam os
ombros fortes para que nos apoiemos, a fim de não sucumbir na caminhada.
Amigos.
Presença de Deus materializada na Terra, bálsamo de paz que nos alivia
as feridas abertas dos sentimentos dilacerados pelas dificuldades.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 32, do livro Legado
Kardequiano, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia de Divaldo
Pereira Franco, ed. Leal.
Em 15.07.2010.
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