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O que esperar do Linux em 2012
O último ano foi muito emocionante para o Linux. O que começou como
passatempo, na Finlândia, completou 20 anos e dominou quase tudo, desde
dispositivos móveis a supercomputadores. E tudo leva a crer que 2012
ainda será um ano interessante para o sistema operacional.
O Linux não chega a ter um roadmap. O desenvolvimento é resultado da
colaboração entre centenas de desenvolvedores de muitas empresas. Não
existe ninguém elaborando uma lista de recursos a serem adicionados e
direcionando desenvolvedores a trabalharem nela, ou em melhorias no
kernel. Mas se você prestar atenção nas discussões da comunidade Linux,
poderá ter uma ideia razoavelmente boa do que vai acontecer no futuro
próximo.
Aqui estão algumas coisas que você pode esperar ver no Linux em 2012.
1 - Melhorias no Btrfs
Uma das grandes contribuições da Oracle para o kernel do Linux é o
Btrfs, o sistema de arquivos que adiciona muitas características que as
empresas gostariam de ver no OS. Por exemplo, o Btrfs suporta uma série
de recursos e benefícios ausentes em outros sistemas para Linux, como
pooling, instantâneos de estado do disco, soma de verificação, spanning
integral de múltiplos dispositivos, uma maior integridade dos dados
através da soma de verificação, instantâneos do sistema inteiro de
arquivos antes de qualquer grande mudança, melhor gerenciamento de
volume e RAID.
No entanto, faltam ao Btrfs algumas características- principalmente, a
ferramenta fsck - que muita gente gostaria de ver implementada antes de
colocá-lo em produção. A previsão era a de qu a ferramenta fsck
estivesse diponível no fim de 2011. É provável que esteja pronta ainda
no início de 2012, o que deve acelerar a adoção do Btrfs por algumas das
distribuições Linux muito rapidamente.
Se eu tivesse que fazer uma previsão, diria que o Btrfs acabará por
suplantar o Ext4 como sistema de arquivos padrão para a maioria das
principais distribuições Linux. Mas não espere ver uso generalizado em
ambientes de produção antes de meados de 2013.
2 - Android, alinhamento com plataforma ARM e foco nos sistemas embarcados
O Linux em sistemas embarcados vai continuar a ser um dos principais
focos em 2012. Isso inclui tudo, desde set-top boxes, o Roku para
telefones Android e tablets, e até sistemas para impressoras e qualquer
outra coisa que você possa pensar.
Há muito barulho na imprensa especializada em TI sobre o fato do
Android ser uma "ramificação" do Linux. Aqui está algo sobre o qual você
não deve ter ouvido falar muito a respeito: o pessoal do kernel Linux e
o do Android tem trabalhado duro para sincronizar o kernel principal e o
kernel do Android.
Com o kernel 3.3, a maioria das funcionalidades do Android deve estar
presente no kernel principal. Não tudo, mas progressos estão sendo
feitos muito rapidamente. Se tudo correr bem, os usuários devem ser
capazes de executar Android em cima de um vanilla kernel (kernel
reduzido) até o fim do ano.
Note que este tipo de inclusão assíncrona não é incomum, e não há
nenhuma razão para pânico. O Xen esteve fora do kernel padrão durante
anos, enquanto sua equipe aprendia a trabalhar com a comunidade
responsável pelo kernel (e vice-versa). A Red Hat e outras distribuições
de Linux têm incluído patches para recursos ou dispositivos
constantemente. É algom comum à plataforma.
Ao mesmo tempo, o pessoal do kernel continua a tentar domar o "oeste
selvagem" da arquitetura ARM. Em um dado momento, havia cerca de 70
sub-arquiteturas ARM na árvore do kernel. Compare isso com outras
arquiteturas, e você verá um problema aí. A boa notícia é que você
também verá um esforço maior este ano para a resolução do problema.
Parte dele é o suporte a longo prazo da árvore do kernel para os
fornecedores de eletrônicos de consumo. A Long Term Stable Kernel
Initiative (LTSI) é focada na produção de um kernel estável, que estará
disponível por aproximadamente a mesma quantidade de tempo de vida da
maioria dos dispositivos eletrônicos de consumo (2 a 3 anos). O fato de
muitos fornecedores estarem trabalhando juntos em um único núcleo deve
fornecer uma série de benefícios.
A Canonical também anunciou na CES que está trabalhando em um Linux
para set top boxes e DVRs. Será interessante ver a receptividade dos
principais fabricantes desses dispositivos. Sou cético sobre suas
chances de sucesso, a menos que consigam emplacar em algum dispositivo
de uma grande marca, que o torne atraente para os usuários.
3 - Melhor ajuste e provisionamento
O cgroups é um recurso do Kernel do Linux, desde a versão 2.6.24, que
tem como finalidade limitar, contabilizar e isolar o uso de recursos.
Continua a evoluir e permitir um controle mais refinado do sistema. Por
exemplo, no Linux 3.2 (lançado em 04 de janeiro) temos um novo recurso
chamado CPU bandwidth control que permite que os administradores definam
quanto tempo de CPU um grupo de processos pode usar.
A versão 3.2 acrescentou também ajustes finos de provisionamento ao
Linux Device Mapper, que permite que administradores possam controlar o
excesso de oferta de cotas de armazenamento para cada usuário. Isso pode
parecer duvidhttp://cio.uol.com.br/tecnologia/2012/01/12/o-que-esperar-do-linux-em-2012/oso, mas se você tiver algumas centenas de usuários em um
sistema, será necessário definir um limite superior para a quantidade de
armazenamento que poderão usar. Claro que, se configurado corretamente,
a maioria dos usuários não se aproximará desse valor. Então você
provavelmente não precisará de armazenamento suficiente para dar a cada
usuário sua quota máxima.
Você pode esperar ver a melhoria contínua do cgroups e de outras
áreas no kernel para permitir que os administradores de TI possam
definir limites de recursos e outras formas de afinar seus sistemas
ainda mais. As melhorias podem deixar de estar presentes em futuras
versões do Linux por alguns ciclos, mas estão a caminho. Suspeito que o
SUSE Enterprise Linux será lançado com um kernel 3.0 em 2013.
4 -Crescimento do OpenStack
Finalmente, esperamos ver o OpenStack sendo implantado até o fim de
2012 ou início de 2013. O projeto foi anunciado em 2010 e já atraiu
mais de 140 empresas e organizações. É também a pilha de IaaS para o
SUSE Linux e o Ubuntu. A partir das minhas conversas com membros da
comunidade OpenStack, SUSE e Rackspace, digo, sem medo de errar, que o
OpenStack terá um grande impulso em meados do ano.
Basicamente, o Linux vai continuar a melhorar para uso nas empresas e
nas plataforma móveis. Com o Kindle Fire e o Nook, da Barnes &
Noble, acho que veremos mais e mais tablets Android ganhando mercado.
E, a não ser que algo drástico aconteça, o Android continuará a manter
uma liderança firme no mercado de telefonia. O único lugar em que o
Linux continuará a definhar será no desktop. Mas não se pode ter tudo,
certo?
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