Wikipédia volta ao ar após protesto contra leis antipirataria nos EUA
Wikipédia em inglês voltou ao ar após 24 horas
O ato reuniu nesta quarta-feira (18) centenas de sites no mundo todo contra os projetos conhecidos pelas siglas SOPA e PIPA. Durante o dia, alguns parlamentares decidiram retirar o apoio a essas propostas.
Entenda os projetos de lei
O Stop Online Piracy Act (SOPA) é um projeto de lei com regras mais rígidas contra a pirataria digital nos EUA. Ele prevê o bloqueio no país, por meio de sites de busca, por exemplo, a determinado site acusado de infringir direitos autorais. O foco está principalmente em sites estrangeiros, contra os quais as empresas americanas pouco podem agir. No Senado, circula o Protect IP Act, conhecido como PIPA (ato para proteção da propriedade intelectual), outro projeto sobre direitos autorais que mira a internet.
Ambos são apoiados por empresas de entretenimento, constantes alvos de
pirataria, mas são questionados por companhias de internet, como Google, Facebook, Amazon e Twitter,
que interpretam as medidas como um tipo de censura aos sites e à
liberdade de expressão. O SOPA ainda está sendo avaliado por comissão na
Câmara; a PIPA deve ir à votação no Senado ainda neste mês.
Como foram os protestos
Na internet, a principal ação veio da Wikipédia, cuja versão em inglês ficou fora do ar durante todo o dia. Versões em outras línguas não foram afetadas. Outros "gigantes" que são contra as propostas, como o Google e o Facebook, não foram tão radicais, mas participaram dos atos com mensagens. Não há números oficiais de quantos sites aderiram.
Na página principal da Wikipédia em inglês foi exibida a seguinte
mensagem: "Por mais de uma década, nós gastamos milhões de horas
construindo a maior enciclopédia da história humana. Agora, o Congresso
dos EUA está considerando uma legislação que poderia prejudicar a
internet livre e aberta. Por 24 horas, para aumentar a conscientização,
estamos tirando a Wikipedia do ar".
Google ficou temporariamente com tarja sobre
o logotipo (Foto: Reprodução/TV Globo)
o logotipo (Foto: Reprodução/TV Globo)
Logo após voltar ao ar, a Wikipédia exibiu um comunicado na página
inicial, agradecendo aos internautas: "Obrigado por proteger Wikipedia.
(Nós não terminamos ainda.)".
Mensagens de Google e Facebook
O Google em inglês não ficou fora do ar, mas também publicou uma mensagem em sua página inicial na quarta, convidando cidadãos americanos a participarem de um abaixo-assinado contra as propostas. "Diga ao Congresso que não censure a internet", afirmava o texto na capa do site de buscas. Temporariamente, o site chegou a exibir uma tarja preta sobre o logotipo.
O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, também postou na rede social
sobre os projetos: "A internet é a ferramenta mais poderosa que temos
para criar um mundo mais aberto e conectado. Não podemos deixar que as
leis pouco pensadas fiquem no caminho do desenvolvimento da internet.
Facebook se opõe ao SOPA e ao PIPA e continuaremos a nos opor a todas as
leis que irão prejudicar a internet."
Página inicial do Mozilla Firefox com a mensagem
"Proteja a internet" (Foto: Reprodução)
"Proteja a internet" (Foto: Reprodução)
Quem mais protestou
O site de classificados
Craigslist também publicou uma mensagem contra os projetos de lei. Quem
tentou acessar o serviço de classificados on-line entrou em uma página
que falava da lei e pedia que o usuário se manifestasse contra ela. O
acesso ao site, contudo, continuava normalmente após alguns segundos.
O mesmo ocorreu com a página do Mozilla Firefox; o usuário encontrou
uma página preta com dizeres contra o SOPA e o PIPA, mas conseguia fazer
o download do navegador.
WordPress também exbiu mensagem contra
os projetos de lei (Foto: Reprodução)
os projetos de lei (Foto: Reprodução)
O site de criação e hospedagem de blogs WordPress também se uniu aos
outros sites, publicando uma grande mensagem ao entrar em sua página
principal e pedindo que os usuários preencham um abaixo assinado. É
necessário descer a página até o final para conseguir acessar um link
que pemite acessar o conteúdo do WordPress.
O Twitpic, que permite o compartilhamento de fotos no microblog
Twitter, dedicou uma página para explicar os dois projetos de lei,
também pedindo que internautas se manifestem contra eles.
O Twitter, embora apoie as manifestações contra o SOPA e o PIPA, não interrompeu o serviço. "É muita irresponsabilidade nossa parar um serviço global por conta de uma lei nacional", disse o CEO do microblog, Dick Costolo, na terça-feira (17).
O Twitter, embora apoie as manifestações contra o SOPA e o PIPA, não interrompeu o serviço. "É muita irresponsabilidade nossa parar um serviço global por conta de uma lei nacional", disse o CEO do microblog, Dick Costolo, na terça-feira (17).
No Brasil
Sites brasileiros como os do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec)
também exibiram mensagens em protesto contra os projetos de lei. No
Twitter, o cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil escreveu: "Acho
muito bom que nos juntemos contra os projetos do Congresso americano
que, caso aprovados, podem significar um caminho sem volta para um
fechamento da Internet".
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