5 projetos opensource que ganharão mercado
O sucesso do Linux e do Apache é bastante conhecido, mas outras
tecnologias de código aberto estão em ascensão e deverão ganhar mais
espaço no mercado. Entre as quais cinco prometem se destacar em 2012
são: Nginx, Openstack,Stig, Linux Mint e Gluster.
Em 2012, se tudo correr conforme o planejado, a Red Hat deverá
tornar-se a primeira empresa de software opensource a gerar mais de mil
milhões de dólares em receitas. Será um marco para a comunidade de
código aberto, que há muito tempo vê a sua abordagem de desenvolvimento
baseada em comunidades como uma alternativa viável.
”Estamos percebendo uma mudança fundamental sobre onde a inovação
começa a acontecer, deixando os enormes laboratórios das empresas de
software, e emergindo das enormes comunidades de código aberto”, defende
Jim Whitehurst, presidente e CEO da Red Hat.
O opensource tem deixado o mundo do software proprietário em tumulto
durante os últimos anos. O Linux, Apache Web Server, Perl, Apache,
Hadoop, OpenOffice e GIMP têm disputado mercado com programas comerciais
concorrentes.
Mas quais serão os pesos pesados do opensource no futuro? Há cinco
projetos para acompanhar de perto em 2012 e que podem formar a base para
novos negócios e indústrias. Ou podem apenas seduzir as mentes dos
programadores e administradores com formas de fazer alguma coisa mais
facilmente, ou pelo menos, menos cara.
Veja a seguir quais são essa tecnologia que prometem dar um novo gás
em 2012 ao ambiente de código aberto, segundo os especialistas:
1- Nginx
Durante a maior parte da última década, a oferta de software para
servidores Web têm sido bastante estável. O Apache tem sido utilizado na
maioria dos servidores Web, enquanto o Microsoft IIS (Internet
Information Services) é usado no resto.
Entretanto, a utilização de um terceiro software, o Nginx
(pronuncia-se em inglês “engine-x”), passou a ser considerada graças a
sua capacidade de lidar facilmente com elevados volumes de tráfego.
O Nginx está sendo executado em 50 milhões domínios de internet, com
participação de 10% do ambiente web, estimam os vários programadores de
software.
Essa tecnologia é particularmente utilizada em sites de alto tráfego,
tais como Facebook, Zappos, Groupon, Hulu, Dropbox, e WordPress. O
Nginx foi criado por Igor Sysoev em 2004, especificamente para lidar com
um grande número de usuários simultâneos, com capacidade para gerenciar
até dez acessos mil por servidor.
“É uma arquitetura bastante enxuta”, disse Andrew Alexeev,
co-fundador de uma empresa fornecedora de uma versão comercial do
software. Ele diz que 2012 promete ser de grande adoção do Nginx. Em
2010, ano passado, o projeto recebeu três milhões de dólares de apoio
de uma série de empresas de capital de risco, incluindo capital do CEO
da Dell, Michael Dell.
A empresa de Alexeev formou uma parceria com a Jet-Stream para
fornecer o Nginx para uma plataforma de Content Delivery Network. O
fornecedor de software também está trabalhando com a Amazon para atuar
como integradora do serviço de cloud AWS (Amazon Web Service).
Além de uso em operações de grande porte na web, Alexeev acredita que
o Nginx será utilizado mais ampla pela nuvem e serviços compartilhados.
“Este é o universo onde poderemos adicionar mais benefícios”, considera
o executivo.
O grande lançamento do software está previsto para este ano, com uma
versão mais flexível para ambientes compartilhados. O produto promete
melhorias também para lidar com ataques de Distributed Denial of Service
(DDoS) e recursos adicionais de segurança.
2- OpenStack
O projeto OpenStack chegou relativamente tarde para participar da
festa de cloud computing, mas traz uma característica particularmente
indispensável: capacidade de expansão.
“É importante destacar a possibilidade de o OpenStack ser processado
em 100 ou até mesmo mil servidores. Outras opções não têm escala para
esse volume de processamento”, diz Jonathan Bryce, presidente do
OpenStack Board Policy Project.
Desde o seu lançamento em julho de 2010, o OpenStack ganhou
rapidamente apoio de grandes fornecedores de TI interessados que estão
disputando cloud computing, como HP, Intel e Dell.
Os “devotos” do OpenStack afirmam que o projeto já conta com a adesão
de mais de 144 empresas e 2,1 mil participantes. A Dell lançou um
pacote, chamado Dell OpenStack Cloud Solution, o qual combina o
OpenStack com servidores da própria empresa e software. A HP anunciou um
serviço de cloud ainda em beta com a tecnologia.
Os componentes do núcleo computacional do OpenStack foram
desenvolvidos no centro de investigação Nasa Ames, para suportar uma
cloud interna de armazenamento de grandes quantidades de imagens
espaciais. Originalmente, os administradores da Nasa tentaram usar o
software Eucalyptus como plataforma de projetos de software.
Entretanto, a agência espacial americana enfrenta desafios para
expandir o uso desse software, de acordo com Chris Kemp, que
supervisionou o desenvolvimento do controlador de cloud OpenStack,
quando era CIO do Nasa Ames.
Para promover uma adoção mais vasta, o OpenStack está sendo equipado
com uma série de novos recursos para torná-lo mais atrativo para as
empresas, disse John Engates, CTO da Rackspace fornecedor da solução.
Um projeto, chamado Keystone, permitirá que as organizações integrem o
OpenStack com os seus sistemas de gestão de identidade, baseados em
Microsoft Active Directory ou outras implantações de LDAP (Lightweight
Directory Access Protocol).
Além disso, os programadores estão trabalhando num portal de
interface para o software. A Rackspace fez uma primeira parceria com a
Nasa para “empacotar” o OpenStack para uso generalizado. Mas está também
apresentando o projeto como uma entidade totalmente independente, na
esperança de ser uma opção atrativa para os fornecedores de cloud
computing.
“2011 foi o ano de desenvolvimento para a base do produto, mas acho
que em 2012 esse projeto deslancha e será base para uma série de nuvens
públicas e privadas”, acredita Engates.
3- Stig
Em 2010, houve um enorme crescimento no uso das bases de dados não
relacionais, como a Cassandra, a MongoDB, a CouchDB e inúmeros outros.
Mas na conferência NoSQL Now, realizada em setembro deste ano, muitas
das conversas centraram-se numa base dados que será lançada chamada
Stig. Sua chegada está prevista para 2012.
O software Stig foi concebido para processar grandes volumes de dados
característicos de sites de mídias sociais, dizem os seus gestores. Ele
nasceu no ambiente da rede social Tagged, criada pelo engenheiro de
software Jason Lucas, o qual classifica a tecnologia com base de dados
gráfica distribuída.
O Stig foi projetado para suportar aplicações web interativas e
sociais. Sua arquitetura de armazenamento de dados permite busca
diferenciada, possibilitando que os usuários e as aplicações encontrem
conexões entre informações distintas.
Essa capacidade é em razão de a tecnologia ter sido desenvolvida, em
parte, na linguagem de programação funcional Haskell. Assim consegue
dividir o seu volume de trabalho por vários servidores.
O Stig é um pouco misterioso, pois ainda não foi lançado
oficialmente. Mas analistas preveem que a tecnologia chegará para se
destacar no nicho de redes sociais e outras aplicações que processam
grandes volumes de variedade de dados.
As necessidades das redes sociais são diferentes de outros serviços e a tecnologia pode ser uma aliada, espera Lucas.
“Não é possível ter um serviço relevante neste espaço, sem capacidade
de expansão para um ‘tamanho planetário’”, diz o engenheiro de
software. A tecnologia Stig funciona atualmente num servidor do Tagged,
embora a empresa espere expandir o seu uso para ser a única base de
dados da empresa.
Originalmente, os programadores estavam planejamento a liberação
código em dezembro, mas adiou o lançamento para 2012. “O que eu vi
parecia muito interessante”, disse Dan McCreary, um arquiteto de
soluções semânticas da Kelly-McCreary & Associates, empresa de
consultoria.
4- Linux Mint
Apesar de anos de apologia por parte dos adeptos do código aberto, o
Linux nunca teve uma forte presença em ambientes pessoais de trabalho.
Mas normalmente há sempre uma distribuição Linux mais fácil de usar,
como alternativa ao Microsoft Windows.
Nos últimos anos, o Ubuntu, da Canonical, tem cumprido esse papel,
embora o Linux Mint está se tornando mais popular. Ele poderá
ultrapassar o Ubuntu por ser mais fácil de usar.
O engenheiro de software, Clement Lefebvre, concebeu o Linux Mint
depois de rever outras distribuições Linux, para diversos fóruns online.
A partir deste trabalho, ele desenvolveu vários recursos
imprescindíveis para distribuição ideal para os consumidores finais.
Assim como a Canonical se apropriou da distribuição Linux Debian para
tornar o Ubuntu popular, Lefebvre usou o Ubuntu como base para o Linux
Mint.
Hoje, o projeto Linux Mint é financiado por doações, receitas de
publicidade do seu site, e os rendimentos obtidos a partir das buscas
dos seus usuários por meio de uma parceria polêmica com a DuckDuckGo.
O Linux Mint foi projetado para atrair os usuários que querem um
sistema operacional de código aberto sem seu PC, sem se preocupar e
saber como funciona o Linux. Esta abordagem torna a instalação, a
execução do software e a manutenção mais fáceis.
Ainda mais do que o Ubuntu, o Mint centra-se na facilidade de uso em
razão de não adotar novos recursos. O Mint evita, por exemplo, a
interface de desktop Unity, um tanto controversa, escolhida pela
Canonical para portar o Ubuntu para plataformas móveis. Em vez disso, a
tecnologia adota a interface Gnome, que é mais madura.
Segundo os desenvolvedores do Linux Mint, o projeto já é o quarto
mais usado em desktops no mundo inteiro, depois do Windows, Apple Mac e
Ubuntu.
Em 2010, o Mint assumiu o lugar do Ubuntu, segundo o site de notícias
DistroWatch Linux, que adota métricas para perceber a popularidade de
distribuições Linux. Sem dúvida, 2012 deve trazer maior crescimento para
essa tecnologia.
5- Gluster
A Red Hat poderá revolucionar o mundo do software de armazenamento
como o fez com o mercado de sistemas operacionais baseados em Unix? A
empresa adquiriu a Gluster, fornecedora do sistema de arquivos
GlusterFS, que organiza em clusters drives SATA (Serial Advanced
Technology Attachment), unidades NAS (Network Attached Storage) e
sistemas em repositórios de armazenamento, com elevada capacidade de
expansão.
De acordo com o CEO Red Hat, Jim Whitehurst, o mercado de software de
armazenamento gera quatro mil milhões de dólares em receita anual, mas
não é por isso que a empresa está interessada na tecnologia de código
aberto.
A companhia quer é encontrar uma tecnologia de armazenamento capaz de
fazer migrações para cloud computing com mais velocidade. “Não há
outras soluções como esta no mercado”. Em 2010, os downloads do
GlusterFS aumentaram 300%. Em novembro último, o software foi baixado
mais de 37 mil vezes.
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